"A banalização da fotografia vem da falta de cuidado ao fotografar"
Dede Fedrizzi é um homem sem fronteiras. Tanto físicas quantos emocionais, uma vez que suas criações misturam habilidade e inspiração sentimental que vai além do retrato. Nascido em Porto Alegre (RS), desde muito cedo passou a dedicar sua atenção para a fotografia. Já morou em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, onde se formou em Belas Artes, pela Universidade de Nova York. Fronteiras, fotografia, arte e sentimento balizaram nossa conversa com o fotógrafo. Confira:
UseFashion - Na sua avaliação, quais os rumos da fotografia em geral. Fadada a desaparecer ou ainda deve remanescer?
Dede Fedrizzi - A fotografia sofreu mudanças muito grandes e muito rápido. Muitos fotógrafos profissionais ficaram pelo caminho. De uma hora para outra, não existiam mais filmes e revelações. Os nomes são outros: Pixels, DPI´s, Megabites, Gigabites, Memórias Ram, computers, Photoshop. O fotógrafo de antes tinha que entender muito mais de luz e preparações de cena. Porque ele só iria ver o resultado depois de revelado. Ou seja, não podia errar na hora da execução. Com a foto digital, temos a chance de experimentar de tudo, e ver em tempo real os erros. A vida ficou muito mais fácil. E com as câmeras cada vez mais fazendo tudo sozinhas, a fotografia está se banalizando. As pessoas clicam indiscriminadamente de tudo. Eles nem param mais pra observar a cena antes de clicar.
UF - As novas tecnologias banalizaram a arte fotográfica?
DF - Sim. O problema não são as tecnologias novas. O problema é deixar a tecnologia fazer as coisas por você, por preguiça. A banalização vem da falta de cuidado ao fotografar. Se usarmos a tecnologia digital respeitando a arte fotográfica, ou seja, pensando, escolhendo, selecionando, procurando um ponto de vista melhor antes de apertar o botão, o resultado pode ser fantástico. Tecnologias novas nos proporcionam plataformas novas. Você pode trabalhar uma foto no Photoshop de formas infinitas. Saber onde parar, ou usar essa ferramenta com bom gosto, e o que diferencia o genial do medíocre.
UF - O quê diferencia atualmente a qualidade de uma foto é a mensagem (sentimento implícito nela) ou ainda é a técnica?
DF - A técnica é o básico. É como um músico. Ele, quando toca bem, não pensa sobre o instrumento. Pensa sobre a música. O que diferencia um fotógrafo de outro, não é exatamante a técnica. A diferença está na cabeça. Na formação artística de cada um, nas suas experiências de vida, na carga emocional adquirida. Uma pessoa com uma vida vazia, certamente fará uma foto vazia.
A entrevista completa em: http://www.usefashion.com/categorias/noticias.aspx?IdNoticia=92716
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